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Projeto estuda documentos históricos do IFPR

De dentro do cofre da antiga fábrica da Mate Real, professores e estudantes do IFPR descobrem verdadeiras riquezas da educação profissional no Paraná

​A Educação Profissional no Brasil assumiu um novo sentido após a criação dos Institutos Federais, em dezembro de 2008, e retomada da ampliação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Para recuperar esta história na capital paranaense, especialmente das instituições que deram origem ao Instituto Federal do Paraná (IFPR), foi criado o projeto de pesquisa: Catalogação de fontes históricas do IFPR Campus Curitiba. A ideia do projeto é de formar um acervo eletrônico de arquivos históricos da educação profissional, a partir da documentação histórica existente nos arquivos do IFPR Campus Curitiba.


O projeto está ativo desde 2013 e também tem como objetivo proporcionar uma vivência aos alunos da prática histórica, assim como dos procedimentos de pesquisa próprios da área de História da Educação. Cabe aos bolsistas e colaboradores deste projeto, a catalogação e a organização dos documentos históricos, divididos por data e instituição de ensino.


Segundo o bolsista Rodrigo da Silva Santos, aluno do segundo ano do Curso Técnico Integrado de Informática, para manipular o material é preciso bastante cautela. São necessárias luvas para não danificar os documentos, além de máscaras para não inalar todo o pó proveniente dos documentos, que ficaram guardados por um longo período. Outra dificuldade é o fato do material ser realmente histórico, ou seja, “bem velho”.


“Em algumas páginas a impressão estava muito ruim. Não é possível ler bem. Há também páginas muito manchadas e rasgadas. Isto dificulta bastante, principalmente pra quem vai escanear, porque não pode tremer a página e infelizmente nem sempre o resultado é bom quando se digitaliza o arquivo”, explica.


Foram encontradas matrículas, boletins, planos de ensino, atas de provas, programas de disciplinas e até cópias de documentos pessoais de alunos e servidores. Os documentos encontrados dividem-se entre o Colégio Progresso, a Escola Técnica de Comércio anexa à Faculdade Federal do Paraná e a Escola Técnica de Comércio da UFPR, ou seja, as instituições que originaram o IFPR.


Nos anos anteriores, já foram catalogadas mais de 15.000 imagens, sendo a maior parte pertencente entre as décadas de 1940 a 1970. “Teve muito documento que se perdeu, muita gente que levou embora, fotos, principalmente, têm pouquíssimas porque os professores vinham e levavam embora", comenta. Têm alguns documentos de identidade, diplomas de pessoas que nunca vieram buscar e até bilhete de anotação de professor. Em certo período dá para notar que quase todas as turmas tiraram notas baixas em uma matéria” contou o professor Leandro Rafael Pinto, coordenador do projeto. “Nos documentos, dá para notar lá no inicio, nas primeiras turmas, a supremacia de homens brancos, aí com o tempo foram entrando os primeiros negros nas turmas e depois as primeiras mulheres. Olhando os boletins, percebe-se que elas iam muito bem na disciplina de economia doméstica, os homens nem tanto”, explica.


Para a segunda parte do projeto, que consiste na criação de um banco de dados, o desafio é outro: encontrar uma base de dados que seja gratuita e de qualidade para possibilitar o armazenamento e, futuramente, compartilhar todo esse arquivo digital com outras pessoas, pesquisadores e instituições. Até este momento, todas as imagens são guardadas em um computador e em um hd externo. “A dificuldade é encontrar uma boa base de dados pra fazer isso. Estávamos buscando e muitas são pagas, o que inviabiliza o uso. Tem que ser gratuita e ter qualidade para poder arquivar todas as imagens e tudo mais”, conta Rodrigo.


De dentro do cofre

Um aspecto curioso em relação ao projeto é o local em que ele é desenvolvido. O acervo é manipulado e digitalizado na antiga sala do cofre na infraestrutura Matte Real. “O cofre parece um armário e tem duas portas. Uma delas já foi aberta e não tem nada, a outra várias pessoas e chaveiros já tentaram abrir e ninguém consegue, ela já está toda torta e amassada de tanto tentarem” contou outro bolsista do projeto, o aluno Vinicius Teixeira Ribeiro, do terceiro ano do Curso Técnico Integrado de Informática.

























Segundo o professor Leandro Rafael Pinto, no início havia pouco espaço, equipamentos inadequados e nenhum lugar para armazenar os arquivos. Hoje, o projeto já conta com equipamentos como computadores, máquinas fotográficas, scanner, equipe treinada para exercer as catalogações e espaço próprio.


A equipe que atualmente participa do projeto é composta, além do professor Leandro e dos bolsistas Vinícius e Rodrigo, pelos alunos do técnico em prótese dentaria Camila Nathalia Engel e Allan Matheus de Castro Silva, da aluna Milena Neves de Lima do bacharelado de contabilidade e do aluno Lucas Mateus Dos Passos do técnico em informática.


O projeto já esteve vinculado ao Programa de Bolsas Acadêmicas de Inclusão Social (PBIS) e ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Júnior (PIBIC-Jr), conseguiu financiamento da Pró-Reitoria de Extensão, Pesquisa e Inovação (PROEPI), além de Participação na IV Jornada Científica do Campus Curitiba e do III Seminário de Extensão, Ensino, Pesquisa e Inovação (SE²PIN) no ano de 2014.


Documentos históricos também são analisados em outro projeto

Recentemente, outro projeto de pesquisa muito parecido com este, o “O que é isso? É um monte de papel velho – ressignificação de fontes por jovens estudantes em aulas de história”, foi divulgado nas páginas da Reitoria do IFPR e do jornal “O Metro”. A principal diferença entre o projeto de catalogação de fontes históricas e esse, é que o projeto do professor Leandro trabalha somente com documentos das antigas instituições que formaram o IFPR, já o do professor Edilson trabalha com documentos encontrados no prédio da Matte Real, após a compra do imóvel.

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