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Acessibilidade e inclusão social na educação

Projeto desenvolve materiais que auxiliam no aprendizado de alunos com ou sem algum tipo de deficiência, auxiliando o processo de inclusão.

Inclusão social, essa é uma preocupação educacional nos dias atuais. Muitos estudantes com deficiência não terminam o ensino fundamental e portanto, não chegam ao ensino médio, por causa da falta de materiais didáticos específicos e de profissionais capacitados. Observando esta dificuldade, as professoras Maria Angélica Pinto Nunes, de Enfermagem, e Angela Maria dos Santos, de Física, do IFPR Campus Curitiba, criaram o projeto "Pesquisa, desenvolvimento e aplicações de tecnologias educacionais inclusivas". Juntamente com seis bolsistas, sendo cinco do curso técnico de enfermagem e um de mecânica, realizam pesquisas desenvolvendo materiais voltados para a educação inclusiva, tanto para o ensino da educação sexual como para o ensino de física. Esses materiais também podem ser utilizados por alunos sem necessidades específicas. "Existem alunos que precisam usar o tato ou olhar antes de começar a raciocinar e entender", diz a professora Maria Angélica.

Até o momento foram confeccionados alguns materiais como um manual em braile sobre os métodos contraceptivos, um protótipo do sistema reprodutor feminino, que possibilita tatear e perceber a maneira correta de se usar alguns métodos contraceptivos. Na área da Física foram construídos circuitos elétricos em EVA, simulando corrente elétrica e resistores. Também materiais para compreender o que é onda, crista, movimento parabólico e também materiais que demonstram o eclipse lunar e solar, que podem ser utilizados por estudantes cegos, por exemplo. Esses materiais foram levados ao Instituto Paranaense dos Cegos para uma avaliação do que poderia ser mudado ou melhorado. Agora, os materiais passam por ajustes para uma melhor adequação estrutural.

O bolsista João Marcos Hodecker de Almeida, do curso de Mecânica, que ajudou na confecção dos objetos, relata que gostou muito do processo de criação de materiais. "Recortar, colar e pensar na melhor forma de auxiliar o aluno. Outro resultado do projeto foi o conhecimento sobre o tema, pois durante muito tempo não dei grande importância para a educação inclusiva ou para as dificuldades dos deficientes em geral, mas todo o trabalho que tive mudou a minha forma de pensar sobre o assunto". Ele reafirma a importância desta experiência, pois "um dos objetivos da educação inclusiva é fazer não só professores, mas também os alunos regulares pensarem sobre o assunto e compreenderem o que é conviver com pessoas, por exemplo, que não possuem visão ou audição".

Para elaborar esses materiais foi preciso estudar sobre as diversas deficiências e os seus respectivos desafios por meio de artigos. Após esta parte de pesquisa foi possível elaborar materiais educacionais inclusivos, como por exemplo o material feito sobre o movimento parabólico, do ensino de Física, que consiste numa base de E.V.A. e o movimento representado por cola glitter e canudinhos. O mais interessante é que, neste caso, deficientes visuais, intelectuais e até mesmo alunos sem deficiência, mas que possuem dificuldade na matéria em específico podem utilizar o mesmo material.

A professora Maria Angélica conta que "dentro da educação inclusiva podemos ter vários tipos de abordagens. Ao trabalhar com materiais educacionais inclusivos estamos abordando uma das necessidades dos alunos. A educação inclusiva perpassa pela acessibilidade que é um tema que precisa ser amplamente discutido por toda a sociedade, porém muito se fala sobre as questões arquitetônicas pouco se enfatizando os aspectos educacionais incluindo as questões do acesso e permanência na escola. Cabe a escola receber este aluno e avaliar se apresenta algum nível de dificuldade, olhando para esse aluno com respeito". Complementando, a professora Angela Maria destaca a importância dessa pesquisa. "Nós enquanto escola devemos levar isso para o lado da formação profissional, o quanto estas informações vão auxiliar os alunos da enfermagem, ou quanto vão auxiliar o estudante de mecânica em sua prática".

Tudo iniciou-se quando as duas professoras trabalhavam no NAPNE (Núcleo de Atendimento a Pessoa com Necessidade Educacional específica), mas o projeto ganhou força a partir de seu registro na Comissão de Pesquisa e Extensão do Campus (COPE), em maio de 2014.

O projeto conta com cinco bolsistas PIBIS da área de Enfermagem: Caroline Montemezzo, Elaine Timm, Luciane Freitas, Caryslla Weiss dos Santos e Cassia Duarte da Rosa, além do estudante João Marcos, que é bolsista pelo programa PIBIC- Jr.

Como próxima etapa, o projeto prevê a realização de uma nova formação de professores na educação inclusiva, o que já foi feito no ano de 2013, pois é sempre importante que os profissionais da educação estejam preparados para receberem estudantes com quaisquer tipos de deficiência ou necessidades específicas.

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